O blog de hoje é especial. Ontem deparei-me com o livro, que li em algumas horas, que achei genial e que gostaria muito de partilhar com todos. O livro chama-se "Ping - uma rã à procura de um novo lago", e não foge ao sistema de histórias que tenho implementado neste blog, pois é uma parábola sobre uma "rã que enfrenta uma longa e penosa jornada em busca de um novo lago, uma vez que aquele onde passou toda a sua vida está a secar. Na sua demanda, cruza-se com um mocho sábio e experiente, que aos poucos se converte no seu mentor e ajuda a transpor os óbstáculos que vão surgindo e a desvendar o significado que estes têm na vida da rã.".
Espero que se o lerem gostem (mesmo que seja só o excerto) e sintam tanto quanto eu, o tanto que se pode aprender com palavras e situações tão simples como as propostas no livro.
(...) "Ali, numa árvore gigante retorcida, no meio dos ramos protectores, embrenhado na sombra mais profunda, espreitava um par de olhos brilhantes, amarelos e arregalados.
Ping olhou melhor e ficou aliviada. Não sabia muito, mas era capaz de identificar um mocho quando o via.
- O meu caminho está bloqueado. São árvores que me mantêm aqui em baixo - Ping falou atabalhoadamente, na retranca,
- As árvores que te mantêm em baixo são as árvores, que me elevam alto. Não são as mesmas árvores? - redargiu o Mocho.
- E que importância tem isso? - Indagou Ping, parecendo um pouco agastada. - Elas impedem-me de prosseguir o meu caminho.
- Se o caminho que percorres não tiver obstáculos, não te leva a lado nenhum.
Ping não teve como responder aquilo.
- Como estás cega ao caminho - entoou o mocho. - O caminho não é um trilho; é a paisagem da alma que o universo enche com o seu sopro. Ele existe dentro e fora de ti. Abre-te a ele, e o universo elevar-te-à sempre, não te manterá em baixo. Tudo o mais é esforço inglório.
Interessante, pensou Ping. Não se podia negar que este Mocho era uma ave velha e inteligente. Seria óptimo se o mocho a pudesse ajudar.
- Consegues ver dai para onde tenho de ir? - perguntou Ping.
Um abanar de cabeça do mocho - A fim de veres para onde tens de ir, só precisas de entrar em ti mesmo, eliminar a confusão da tua mente para que ela possa escutar os aguilhões do teu próprio coração.
«Saberes realmente quem és e como desejas ser é o tipo de visão que até os cegos possuem».
- Davam-me jeito uns olhos como os teus - referiu Ping. - Podias ajudar-me?
- Tens de ser tu a encontrar o teu próprio caminho - respondeu o mocho.
(...)
Excerto de "Ping - Uma rã à procura de um novo lago" de Stuart Avery Gold, Editorial Presença
2 comentários:
"A fim de veres para onde tens de ir, só precisas de entrar em ti mesmo, eliminar a confusão da tua mente para que ela possa escutar os aguilhões do teu próprio coração".
Excelente frase que exprime a busca pelo nosso caminho.
Beijinho amiga
Realmente, não retiraste um excerto qualquer... Retiraste "O Excerto"!! Está tudo dito para se saber o que é realmente um bom livro. ;) Continuação de boas leituras! Bjs
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