Pensamento do Dia...

"É legítimo querer que nos amem por quem somos … mas é nossa a responsabilidade de sermos quem somos…fielmente."

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O nascimento da alegria...

Aqui está mais uma história, é um pouco longa...mas achei linda de morrer...não se pode ter visão melhor na vida do que esta que a história descreve. Só me apetece dizer....é linda, linda, linda.
É bom acreditar na vida...é bom acreditar no amor entre todos os seres, é bom acreditar que no fundo todos somos apenas um.
E se eu magoar uma flor, ela vai chorar...e como somos um eu também vou chorar.
"Pode não acreditar, mas é verdade: à muitos anos atrás a terra era um jardim maravilhoso. É que os anjos, ajudados pelos elefantes, regavam tudo, com regadores cheios de água que eles tiravam das nuvens. Esta era a sua primeira tarefa, todos dia. Se se esquecessem, todas as plantas morreriam, secas, estorricadas... Para que isso não acontecesse, Deus chamou o galo e disse-lhe:
- Galo, logo que o sol aparecer, bem cedinho, trate de cantar bem alto para que os anjos e os elefantes acordem...E é por isto que, ainda hoje, os galos cantam de manhã...
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Flores havia aos milhares. Todas eram lindas. Mas, infelizmente, todas elas eram igualmente vaidosas e cada uma pensava ser a mais bela. E, exibindo as suas pétalas, umas para as outras, elas perguntavam-se, sem parar:
- Não sou a mais linda de todas? Até pareciam a madrasta da Branca de Neve. Por causa da vaidade, nenhuma delas ouvia o que as outras diziam e nem percebiam que todas eram igualmente belas. Por isso, todas ficavam sem resposta. E eram, assim, belas e infelizes.
No meio de tanta beleza infeliz, entretanto, certo dia uma coisa inesperada aconteceu. Uma florinha, que estava crescendo dentro de um botão, e que deveria ser igualmente bela e infeliz, cortou uma de suas pétalas num espinho, ao nascer. A florinha nem ligou e vivia muito feliz com sua pétala partida. Ela não doía. Era uma pétala macia. Era amiga.
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Até que ela começou a notar que as outras flores a olhavam com olhos espantados. E percebeu, então, que era diferente.
- Por que é que as outras flores me olham assim, pai, com tanto espanto, olhos tão fixos na minha pétala...?
- Por que será? Que é que achas? - perguntou o pai. Na verdade, ele bem sabia de tudo. Mas ele não queria dizer. Queria que a florinha tivesse coragem para olhar para as vaidosas e amar a sua pétala. - Acho que é porque eu sou meio esquisita..., a florinha respondeu. E ela foi ficando triste, triste... Não por causa da sua pétala rachada, mas por causa dos olhos das outras flores. - Já estou cansada de explicar. Eu nasci assim... Mas elas perguntam, perguntam, perguntam... Até que ela chorou. Coisa que nunca tinha acontecido com as flores belas e infelizes.
A terra levou um susto quando sentiu o pingo de uma lágrima quente, porque as outras flores não choravam. E ela chamou a árvore e contou-lhe baixinho:
- A florinha está a chorar. E a terra chorou também. A árvore chamou os pássaros e contou-lhes o que estava a acontecer. E, enquanto falava, foi murchando, esticando osseus galhos num longo lamento, e continua a chorar até hoje, à beira dos rios e dos lagos, aquela árvore triste que tem o nome de chorão. E das pontas dos seus galhos correram as lágrimas que se transformaram num fiozinho de água...
Os pássaros voaram até as nuvens.
- Nuvens, a florinha está a chorar. E choraram lágrimas que se transformaram em pingos de chuva...
As nuvens choraram também, juntando-se aos pássaros numa chuva enorme, choro do céu. As lágrimas das nuvens molharam as camisolas dos anjinhos que brincavam no céu macio. E quiseram saber o que estava a acontecer. E quando souberam que a florinha estava chorando, choraram também...
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E Deus, que era uma flor, começou a chorar também. E a sua dor foi tão grande que, devagarinho, como se fosse espinho, ela foi cortando uma de suas pétalas. E Deus ficou tal e qual a florinha. E aquele choro todo, da terra, das árvores, dos pássaros, dos anjos, de Deus, virou chuva, como nunca havia caído.
O sol, sempre amigo e brincalhão, não aguentou ver tanta tristeza. Chorou também. E a sua boca triste virou o arco-íris...
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E as chuvas viraram rios e os rios viraram mares. Nos rios nasceram peixes pequenos. Nos mares apareceram os peixes grandes. A florinha abriu os olhos e espantou-se com todo aquele reboliço. Nunca pensou que fosse tão querida. E a sua tristeza foi virando, lá dentro, uma espécie de cócega no coração, e sua boca se entortou para cima, num riso gostoso...
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E foi então que aconteceu o milagre. As flores belas e infelizes não tinham perfume, porque nunca riam. Quando a florinha sorriu, pela primeira vez, o perfume bom da flor apareceu. O perfume é o sorriso da flor. E o perfume foi chamando bichos e mais bichos... Vieram as abelhas... Vieram os beija-flores... Vieram as borboletas... Vieram as crianças. Um a um, beijaram a única flor perfumada, a flor que sabia sorrir. E sentiram, pela primeira vez, que a florinha, lá dentro do seu sorriso, era doce, virava mel...
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Esta é a história do nascimento da alegria. De como a tristeza saiu do choro, do choro surgiu o riso e o riso virou perfume. A florinha não se esqueceu da sua pétala partida. Só que, deste dia em diante, ela não sofria mais ao olhar para ela, mas agradava-a, como boa amiga.
Quanto aos regadores dos anjos, nunca mais foram usados. De vez em quando, olhando para as nuvens, a gente vê um deles, guardado lá dentro, já velho e coberto de teias de aranha... Enquanto a florinha de pétala partida estiver neste mundo, a chuva continuará a cair e o brinquedo de roda em volta do seu sorriso e do seu perfume não terá fim.."
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Retirado da Internet

2 comentários:

Anónimo disse...

Amiga, tal como coloquei no meu blog, a alegria faz parte do ser.

Essencialma disse...

O desgosto e a alegria dependem mais do que somos do que daquilo que nos acontece.

(Multatuli)