Desde ontem só penso em como o universo não brinca em serviço.
Tantas são as vezes em que inconscientemente se quer fugir de determinadas emoções, evitar determinadas situações, determinadas conversas, apesar de um compromisso sério de viver o que vier, mas enquanto não vêm o ego evita ao máximo passar por isso...puro controle.
Mas como não há hipótese nenhuma de ter esse compromisso e não vivenciar as coisas, quando menos esperamos, de onde menos esperamos, lá vem a vivência, que ocorre apesar de todos os cuidados, irónico não?! Mais irónico ainda é essa experiência vir através de um pressuposto que não é real, (porque realmente conseguimos evitar o real), apenas de uma interpretação diferente da intenção, mas isso não muda nada, a sensação de exposição é dura, e em segundos, no momento em que menos esperava lá sou eu confrontada com aquela dor enorme, que tenho tantas dúvidas de conseguir sentir, dado o tamanho.
É desta dor, que o ego foge a sete pés e eu também, porque quando sinto, quero apenas que pare, não fosse o compromisso, não aguentava...a sensação de estar a ser partida em duas, de estar a sentir uma dor impossível, mete medo... e ou não me sinto sozinha, ou não sei...
E com isto senti mais que nunca, a escolha que tenho de fazer, e o que ela implica... como diria Skakespeare, Ser ou não Ser, eis a questão...Essa é a escolha, e Ser implica permitir esta sensibilidade toda, que percebo cada vez mais o seu tamanho, mas implica sentir na mesma proporção esta dor toda.
Acho que foi a primeira vez que questionei, ou pelo menos de forma tão consciente, se queria isso, e se realmente mais uma vez, afirmava o compromisso, de sentir...Questionei muito a sério, se não preferia manter-me assim, sem sentir isto tudo, tamanha a dor.
E isso é uma coisa que tenho percebido nos últimos tempos, que com todo o trabalho que tenho feito, a cada vez que vivencio algo, é um outro patamar de dor, mais forte...mas normalmente sentir isso dá-me uma sensação de libertação, desta vez não, foi sufoco puro!!
E depois disso, o meu ego teve várias ideias para fugir, apesar do restante de mim, não ter forças para nada...e foi assim que aconteceu, sem força, só fiquei....muitas horas, só fiquei...
E hoje apesar de sentir no peito, uma dor latente, a cicatriz doída da ferida aberta ontem, vejo que é verdade...mais uma vez é verdade...oiço na minha cabeça aquela frase... " Sente, fica, que é para passar depressa...", e passa mais depressa que alguma vez passaria ou mesmo passou, porque já senti isto outras vezes.
E hoje apesar de sentir no peito, uma dor latente, a cicatriz doída da ferida aberta ontem, vejo que é verdade...mais uma vez é verdade...oiço na minha cabeça aquela frase... " Sente, fica, que é para passar depressa...", e passa mais depressa que alguma vez passaria ou mesmo passou, porque já senti isto outras vezes.
E quando fui dormir, pensei, o que quer isto dizer, o que é suposto perceber...fecho os olhos, penso nos livros, e vêm "muito mais luz", e penso que graça tens tu, esta dor imensa e só podia, quanto mais se sente dor, e se aceita sentir, mais perto se fica, mais alta é a energia...muito mais luz, fico eu a pensar...
Mas como sou terrível, resolvo tirar as peças para confirmar...e claro a mensagem que sai é mesmo do "muito mais luz"... E vai de encontro realmente ao que á já uns dias tenho vindo a sentir...
"Fim - e novo Começo"
É o fim.
O fim das grandes esperanças, das grandes ilusões.
Há que acabar. Deixar acabar o que não anda, o que não desenvolve.
Tudo o que não se desenvolve naturalmente é porque não é para ti. E se não é para ti, deixa ir. Larga. Solta.
Há coisas que são tuas e querem manifestar-se. Estão a aproximar-se a passo rápido e querem se expor. Querem mostrar-se, querem que as aceites na vida como tuas, sem equívocos, sem hesitações.
Mas de lá de cima encontram-te cheio de certezas, cheio de resistência, cheio de medo da mudança, do novo.
E tu não soltas o velho.
Vês a ironia?
Se continuares como estás, irás perpetuar a vida mesquinha e pequenina que tens vivido.
Se soltares as amarras do velho e conhecido irás soltar-te no ar e serás levado para direcções imprevistas.
Onde mora o que é para ti. Onde está o que é teu. E o que é teu é muito mais do que a tua pequena mente pode imaginar.
Isso, eu te garanto.
Jesus
Alexandra Solnado - Muito Mais Luz
Depois disto, só consegui sentir um conforto, que minimiza a dor, e me dá a certeza que sentir vale a pena, que o compromisso de fazer este caminho vale a pena, e que por mais que doa, por mais que ainda tenha de ir a sítios, dos quais vou querer fugir... Tudo isto vale mesmo a pena!
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