Aqui estou eu de volta ao blog...parece que quando as coisas não estão tão bem, a necessidade de regressar aqui aumenta...porque este foi o meu cantinho durante todo o tempo que estive "isolada", ou melhor assim me sentia!
Estes estão a ser tempos dificeis, depois de uma temporada optima...em que senti tudo o que significava abundância!
Agora, voltei a sentir aquilo de que não sentia saudades absolutamente nenhuma, mas que desta vez ainda veio acrescido de maior intensidade!
Quando se dá aquilo que se sente, aquilo que se tem, abre-se um precedente de desprotecção enorme, tudo aquilo que estava guardado fica a mercê de ser tocado e magoado pelo simples toque acidental! Tudo fica mais fragil porque se pensa que é seguro, ou pelo menos acha-se que não é mas com a confiança de poder estar enganado arrisca-se na mesma!
Quando por algum motivo, algo toca na ferida tudo reage...tudo o que se É tenta proteger-se da forma mais desesperada que existe, quer-se utilizar todos os recursos ao nosso alcançe para parar aquela dor que de repente se sente...uma dor forte, permanente, conhecida, da qual os outros não têm conhecimento, e que por mais que se explique fica dificil compreender!
E neste instinto de protecção tudo piora, tenta proteger-se o que já não tem protecção, e por cima se inflige maior dor, porque as atitudes de defesa que dai advem proporcionam mais alcançe á ferida!
Não parece haver grande saida nestas circuntâncias, desistir, não diminui a dor só a aumenta pela sensação de perda, reagir, só agrava o tamanho da dor porque para alem de auto inflingi-la temos reacções na mesma proporção, e continuar parece um caminho impossivel, que trará mais e mais dor, que nos faz sentir estupidos, primeiro por termos aberto a guarda e depois por continuarmos a insistir nisso!
Neste momento, como em tantos outros não sei de mais nada, só sei que á uma dor que não me larga, e que mais que medo, me faz sentir um pânico, uma sensação de prisão, uma sensação de não querer passar por isto...Pior é ter consciência que vou ter de passar, que vai voltar a doer durante um tempo, e não saber se vou ter força para a cada dia, a cada situação reafirmar a minha escolha, a de SER EU, a de enfrentar o medo...pois aquilo que mais me alicia é desistir de tudo, como se isso fosse sequer uma opção!
Eu quero enfrentar, quero SER mais, quero não ter medo, quero não reagir para não magoar quem me rodeia, mas para o caso de eu não conseguir, desde já peço desculpa, porque para além disso vou ter de aceitar o tamanho da minha limitação!
"Em caso de pânico interior, feche os olhos, respire fundo, e pense em alguma coisa bem diferente daquilo que está vivendo." - Paulo Baleki